domingo, 16 de outubro de 2011

PROJETO DE LEITURA

Por: Edimilson Lobato e Sérgio Lourinho

PROJETO DE LEITURA

JUSTIFICATIVA
Partindo de informações obtidas da conversa com professores que atuam no 6º ano do ensino fundamental nas escolas de nosso município (Acará), sobre o nível de leitura dos alunos do ano supracitado, descobrimos que neste ciclo do ensino há várias angústias e inquietações por parte dos educadores, pois nos seus relatos ficou bem claro que muitos alunos chegam ao 6º ano com uma grande dificuldade de leitura e interpretação de texto. Portanto, esses problemas acabam dificultando o ensino aprendizagem desses discentes.
Os professores, nos seus depoimentos, alegam que essa situação é conseqüência de um péssimo histórico escolar nas séries iniciais, portanto está constatado que a base da educação de um aluno está contida nessas séries, principalmente na educação infantil e na alfabetização, no entanto eles também afirmam que não há compromisso com essa iniciação escolar, tanto é, que o administrador da educação no município não tem a preocupação de inserir profissionais capacitados para trabalharem com estas turmas e acabam colocando leigos para atuarem neste ciclo, e é fato consumado que uma vez que a criança é prejudicada nesta iniciação ela carregará as conseqüências para o resto de sua vida, se não houver uma intervenção especial por parte dos próximos educadores.
Diante deste quadro educacional repleto de percalços e desafios, percebemos que é chegado o momento dos educadores reverem seus conceitos, seus níveis de formação e principalmente as suas práticas pedagógicas. Logo, é fundamentado nesta perspectiva de mudança que apresentaremos neste “projeto”, uma proposta pedagógica que vai contribuir para a transformação desta situação, através de metodologias que possibilitem ao educando, adquirir mesmo no 6º ano, a prática da leitura no seu sentido completo, ou seja, ler, compreender, interpretar e interagir com o texto.
Partindo do pressuposto que, o ensino planejado e sistematizado de estratégias lingüísticas em sala de aula, pode ajudar incisivamente no ensino aprendizado do educando, esperamos com esta proposta, realmente viabilizar a prática de leitura para os discentes do 6º ano. Abrindo assim, portas para que eles possam ter perspectivas de novos horizontes, com relação à leitura e a todo o seu ensino aprendizagem.


OBJETIVOS
GERAL
Contribuir para o acesso à prática de leitura a alunos que encontram dificuldades, por meio de metodologias que valorizem o hábito de ler como fonte de formação, possibilitando também, sua autonomia como leitor.

ESPECÍFICOS
 Incentivar o hábito da leitura através de novas dinâmicas;
 Demonstrar que os alunos aprendem de formas diferentes;
 Oportunizar a saída da padronização para a customização;
 Promover ao aluno a socialização de conhecimentos, através do hábito de ler;


REFERENCIAL TEÓRICO

“(...) A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir a continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do contesto a ser alcançada por sua leitura critica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. (...)” pg. 9.
Neste trecho do livro... de Paulo freire o autor nos relata que a leitura de mundo sempre vem antes da leitura da palavra é impossível conceber é impossível conceber a segunda sem antes conceber a primeira, pois é em um dinamismo constante que aprendemos a linguagem e a realidade.
“no esforço de retomar a infância distante a que já me referi buscando a compreensão do meu ato de ler o mundo particular em que me movia permitiram-me repetir recrio, revivo, no texto que escrevo a experiência vivida no memento em que ainda não lia a palavra. (...)”. Pg.10
No parágrafo acima fica claro a leitura de mundo do autor como acontecia, como se dava a partir da realidade em que Freire se inseria e praticava a leitura de mundo pois ainda não praticava a leitura da palavra. A leitura da palavra é uma revivência do que temos antes, ou seja, leitura de mundo. Finalmente entendendo os fragmentos que outrora não era claro, assim é possível o desenvolvimento de um todo, lembrando que quando estudamos já temos noções parciais em conhecimentos ali citados, ficando mais fácil de entender e compreender a questão estudada, que é a leitura, uma vez que esta tem diversos eixos. Freire cita leitura de mundo e da palavra, sendo que temos ainda a leitura sigilosa e oral, que aqui o autor não descreve.
“A leitura desenvolve-se de modo maior e eficaz em situações que ofereçam ampla gama de estímulos da linguagem oral e escrita”. Pátio Revista Pedagógica, ano XI Nº 45 fev/abr Porto Alegre, RS: Artmed Editora, 2008.
Partindo desse pensamento, o autor nos remete a idéia de que o educando necessita de amplos estímulos para que, através destes, possa atingir um patamar de satisfação às suas necessidades com relação à leitura.
“A Leitura é uma atividade que se realiza individualmente, mas que se insere num contexto social, envolvendo disposições atitudinais e capacidades que vão desde a decodificação do sistema de escrita até a compreensão e a produção de sentido para o texto lido. Abrange, pois, desde capacidades desenvolvidas no processo de alfabetização “Stricto sensu” até capacidades que habilitam o aluno à participação ativa nas praticas sócias letradas que contribuem para o seu letramento”. Prática de leitura e escrita / Maria Angélica Freire de Carvalho, Rosa Helena Mendonça (Orgs.) – Brasília: Ministério da Educação, 2006.
É algo que depende de cada individuo e que acontece em sociedade através de suas atitudes, de sua capacidade de decodificação do sistema de escrita e de sua compreensão e produção de sentido para o texto lido. Abrangendo desde suas capacidades desenvolvidas no processo de alfabetização até capacidades que o preparam para participar ativamente nas práticas sociais letradas que ajudam para o seu letramento.
“Para aprender a ler, portanto, é preciso interagir com a diversidade de textos escritos, testemunhar a utilização que os já leitores fazem deles e participar de atos de leitura de fato; é preciso negociar o conhecimento que já se tem e o que é apresentado pelo texto, o que esta atrás e diante dos olhos recebendo incentivo e ajuda de leitores experientes.
A leitura, como prática social, é sempre um meio, nunca um fim; ler é resposta a um objetivo, uma necessidade pessoal. Fora da escola, não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, não se decodifica palavra por palavra, não se responde a perguntas de verificação do entendimento preenchendo fichas exaustivas, não se faz desenho sobre o que mais gostou e raramente se lê em voz alta. Isso não significa que na escola não se possa eventualmente responder a perguntas sobre a leitura, de vez em quando desenhar o que o texto lido sugere, ou ler em volta quando necessário. “No entanto, uma prática constante de leitura não significa a repetição infindável dessas atividades escolares”. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa: Ensino de primeira à quarta série. – Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 1997
Segundo o PCN para se obter a prática da leitura é necessário que o indivíduo tenha acesso a uma grande diversidade de gêneros textuais escritos. Pois, dessa forma o leitor tem a possibilidade de adquirir novos conhecimentos e novas experiências. O mesmo deixa exposto a importância sobre o conhecimento de mundo, ou seja, o conhecimento pelo menos parcial sobre o tema de que trata o texto, para que haja interação de conhecimentos do leitor para com o mesmo. E mais importante ainda é fazer defrontamento de compreensão de determinados temas, isto é, fazer relações sobre o entendimento adquirido de um leitor com o entendimento de outros leitores mais experientes.
O PCN fala também da leitura como prática social, que não deve ser algo finito e sim como uma prática contínua, a mesma não deve ser uma prática somente intra-escolar, portanto também tem que ser uma atividade extra-escolar e sempre com a função de dar embasamento para as leituras realizadas dentro do ambiente escolar.

METODOLOGIAS

Em nossa primeira aula assistiremos com os alunos documentários sobre leitura a fim de aguçar a curiosidade e o interesse da turma por esta prática. Na segunda aula distribuiremos livros de literatura infantil entre os educandos para que possam ler e conhecer as obras de cada livro.
Em nossa terceira aula promoveremos dramatizações de pequenas peças teatrais de obras literárias do gênero infantil. Já na quarta aula baseados nos enredos dos livros de literatura infantil os discentes podem criar pequenas histórias ou pequenos textos.
Na quinta e na sexta aula trabalharemos com a turma o circulo de cultura para que eles possam socializar as experiências adquiridas com a realização das atividades.




RECURSOS METODOLÓGICOS
• Livros de Literatura Infantil
• Aparelho de TV e DVD, CDs e DVDs de documentários
• Recursos Humanos, Materiais para montar Cenários e Figurinos
• Caneta, papel, lápis, papelão, cartolina, tesoura, barbante, pincel atômico, cola e madeira

AVALIAÇÃO

Acontecerá de maneira processual, ou seja, os alunos serão avaliados simultaneamente no decorrer de cada atividade. Levando em consideração os seguintes aspectos: participação, desenvolvimento individual e coletivo, assiduidade, responsabilidade e interesse.


BIBLIOGRAFIA

A importância do ato de ler – FREIRE, Paulo – Cortez / Autores associados – São Paulo: 1989.
Revista pedagógica Pátio, ano XII fevereiro/ abril 2008 numero 45. páginas: 23,24e25.
Praticas de Leitura e Escrita / Maria Angélica Freire de Carvalho, Rosa Helena Mendonça (Orgs). – Brasília: Ministério da Educação, 2006.
Parâmetros curriculares nacionais vol. 2 Língua portuguesa – Brasília: 1997.

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